Água
Pouca chuva, muito estrago
Os 24 milímetros desta quarta-feira resultaram em buracos, alagamentos e esfarelamento de asfalto em algumas vias de Pelotas
Gabriel Huth -
Não foi nem tão intensa a chuva desta quarta-feira (25) - 24 milímetros entre a madrugada e a tarde, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) -, mas a água foi o bastante para deteriorar algumas das principais vias de Pelotas - nas ruas de chão batido, então, a situação é bem mais crítica. O Diário Popular percorreu a cidade durante a manhã e encontrou ruas esburacadas, alagadas e com asfalto esfarelado.
Mário Peiruque, Duque de Caxias, Ferreira Viana e João Gomes Nogueira foram algumas das ruas perpassadas. A reportagem, após visitar os pontos, entrevistou o Secretário Municipal de Obras e Pavimentação, Ubiratan Anselmo. Segundo ele, o fato de Pelotas contar com 400 quilômetros de vias pavimentadas dificulta o trabalho de fazer reparos diários. Dessa forma, se prioriza as principais avenidas, onde o fluxo é mais intenso. "A demora é porque o trabalho não é fácil. Mas estamos sempre fazendo, parando só quando tem chuva porque aí não dá para trabalhar", disse.
Duque, Ferreira Viana e Juscelino
Os buracos se encontram inclusive nas vias recentemente requalificadas. É o caso da Duque de Caxias, que, embora estivesse nesta quarta-feira (25) em bom estado em quase toda a sua extensão, tinha em alguns pontos, principalmente nos mais próximos à BR-116, verdadeiras crateras que danificam carros e podem, em casos mais extremos, causar acidentes de trânsito.
Na Ferreira Viana, a situação era semelhante. No trecho que vai do hipermercado Big até o Shopping Pelotas, a condição era boa. Mas, mais próximo a Unidade de Pronto Atendimento do Areal (UPA Areal), o que se via eram buracos e esfarelamento do asfalto por conta da chuva.
Mesmo caso da Juscelino Kubitschek de Oliveira. Boa na maior parte, problemática em determinados pontos, como no cruzamento com a Rafael Pinto Bandeira. Lá, alagamentos e asfalto esfarelado deixavam a via perigosa.
De acordo com Ubiratan Anselmo, problemas em vias tão recentemente requalificadas como estas três são tão possíveis de ocorrer quanto nas ruas com asfalto mais antigo. "Nosso solo é úmido. Quando chove, a água vem por baixo e abre buracos."
Mario Peiruque
Na Mario Peiruque, que liga República do Líbano e Domingos de Almeida, a situação começou a piorar. Lá, na manhã de quarta-feira (25), buracos e asfalto esfarelado não eram exceção, mas sim regra. Cristiano Bueno, que trabalha em uma borracharia na via, comenta que já desistiu de ver melhorias no local. "Quando chove alaga tudo e é assim desde que nasci. Meu avô morreu esperando que arrumassem", comenta, destacando que não vê a Prefeitura trabalhar na rua há meses.
O secretário Ubiratan Anselmo reconheceu que a Mario Peiruque não recebe reparos há um bom tempo. Ao Diário Popular, disse que o trabalho será feito na avenida tão logo o tempo firme novamente.
Vasco Pires
A avenida João Gomes Nogueira tem importância em Pelotas por sua extensão: ela se inicia na Domingos de Almeida, no Areal, e segue boa parte da Vasco Pires até desembocar na avenida Ildelfonso Simões Lopes. Em quase toda via, na quarta-feira (25), o que se via eram buracos, alagamentos e barro que quase deixava invisível a camada de asfalto da superfície. Difícil o trajeto de carro, quase impossível transitá-la a pé.
O empresário Eliezer Fuentes. "O que destrói são os caminhões que passam diariamente. Quase não tem mais asfalto", diz. Ele lamenta que a precariedade da rua esteja influenciando negativamente na movimentação da padaria e do restaurante que mantém no local. "Quem é que vai querer passar por aqui?"
A justificativa de Ubiratan Anselmo para o péssimo estado na João Gomes Nogueira é a mesma da Peiruque e de tantas outras: a prioridade é restaurar as vias de maior fluxo. "Esse trabalho é demorado e fica impossibilitado pelas tantas chuvas que estamos tendo."
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